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Vida de extremos!

Uma das principais características de uma pessoa egocêntrica, com traços narcisistas, é o de sempre achar que possui um valor maior e mais elevado do que as pessoas com quem convive, que é superior, em palavras mais diretas. Na prática, é aquela velha história, você fala, por exemplo, que conquistou algo, e a pessoa, ao invés de simplesmente reconhecer e parabenizar a sua conquista, precisa falar de uma conquista própria que, de acordo com ela, é superior e mais importante.


Isso é algo até mesmo inconsciente, que ocorre como mecanismo de defesa, para "proteção", que a pessoa em questão faz para manter o seu status e o seu valor. É preciso diminuir o outro, mesmo que inconscientemente ou sem intenção. É muito provável que você já tenha visto situações assim, ou até mesmo vivenciado em sua própria vida, não é mesmo? E é claro que, no fundo, essas pessoas escondem problemas sérios, como baixa autoestima, insegurança, complexo de rejeição, carência emocional, traumas familiares como ausência de pai ou mãe e etc., e, nesse caso, a pessoa precisaria, primeiro, reconhecer isso, para, segundo, buscar por ajuda, e, terceiro, se comprometer com esse pedido de ajuda, entendendo que se trata de um processo e não de uma receita de bolo que se faz em dez minutos.


Em suma, aquela pessoa que está sempre falando sobre si, vangloriando-se, destacando suas qualidades, seu status financeiro, sua formação profissional, seu nível de conhecimento, até mesmo sua aparência física, pode ter certeza que esconde sérios problemas, mesmo que externamente eles não sejam tão visíveis, ou, melhor dizendo, sejam ocultados. Internamente, a nível emocional, no entanto, eles pulsam a todo vapor.


Por outro lado, ou melhor, por outro extremo, vivemos hoje em um mundo onde parece haver uma competição sobre quem tem a maior dificuldade, o maior problema, a maior dor. Com isso, cada vez mais pessoas especialistas em reclamar, tornando-se ansiosas, angustiadas, emocionalmente tensas e carregadas.


É fato que os problemas fazem parte da vida, não existe uma vida estável, sem dificuldades. Alguns tem problemas maiores, outros menores. Alguns tem problemas mais fáceis de serem resolvidos, outros mais difíceis de serem resolvidos. Mas a questão é: os problemas existem justamente para serem resolvidos, independente de sua complexidade. Talvez eles sejam justamente um "professor", no sentido de estarem nos mostrando, ensinando, mesmo que de uma forma não tão confortável, que algo precisa ser revisto, modificado, seja nesse caso um comportamento, uma relação, uma crença ou um simples pensamento, e a sua resolução, é claro, talvez não se dê de uma forma imediata, mas sim através de um processo, de uma maior conscientização emocional.


Existem pessoas que ao se depararem com os problemas desmoronam emocionalmente, sentem-se perdidas, derrotadas. Resolvem, com isso, desabafar em redes sociais, por exemplo, sendo que, sejamos sinceros, o desabafo talvez até surta um efeito de alívio imediato, mas o problema segue lá, não irá se resolver sem que algo seja modificado. Do que adianta na prática deixar indiretas para maridos, esposas, avós, avôs, mães e pais? Se desabafo fosse realmente eficaz, meu trabalho sequer existiria. Desabafar, sem buscar se conscientizar emocionalmente, sem mudar o que for necessário, é pior do que não desabafar, traz como consequência sintomas ainda mais severos.


Estas pessoas, verdade seja dita, de forma bem sincera e direta, no fundo, se tornam elas próprias o seu maior problema. Elas próprias se tornam um fardo pesado, um obstáculo para suas vidas e para o seu bem-estar emocional.


Tudo porque, por trás de tal comportamento, de tal forma de conduzir a própria vida, muitas vezes existe uma rigidez muito grande, uma busca pela dita estabilidade, uma necessidade enorme de controle. As coisas precisam ser de acordo com as expectativas, pois, se não forem, se convertem em problemas "incapazes ou muito difíceis de serem resolvidos". Se estabilidade realmente existisse, bastaria prestarmos um concurso público com uma boa remuneração e ponto, atingiríamos a "vida perfeita".


No entanto, isso é pura ilusão, pois talvez até poderíamos atingir a estabilidade sob o ponto de vista financeiro, mas e o restante? Teríamos estabilidade na nossa relação conjugal? Teríamos estabilidade nas nossas relações sociais e profissionais? Teríamos estabilidade emocional? Teríamos estabilidade em nossa própria saúde? Para todas as perguntas a resposta é a mesma, um sonoro NÃO.


Problemas existem para todas as pessoas, mas o que cada pessoa escolhe fazer com os problemas que enfrenta em sua vida, sejam eles grandes ou pequenos, aí é uma decisão individual, que ocorre de acordo com o nível de consciência emocional e comprometimento de cada um. Recordo, inclusive, uma frase de Viktor Frankl: quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos. O que você pode de fato, e deve, mudar diante dos seus problemas? Essa é sempre a pergunta a se fazer.


Talvez, e aqui há uma conversão entre os dois exemplos apresentados ao longo deste texto, pessoas que se comportam dessa forma, tornando-se especialistas em reclamar, indispostas e resistentes à mudança, carregadas emocionalmente, também tenham sérios problemas de autoestima, insegurança, senso de baixo valor e etc., e, inconscientemente, precisam assegurar que as coisas saiam o mais perto possível de suas próprias expectativas, pois é uma forma de garantir uma certa estabilidade, sofrer menos. No entanto, na prática, o sofrimento é ainda maior, pois não há como controlar tudo.


Perceba que os exemplos colocados ao longo do texto são de dois opostos totalmente diferentes, mas que, muitas vezes, possuem as mesmas bases e causas. Talvez você se identifique com algum dos exemplos colocados ao longo deste texto, talvez conheça alguém que se identifique. O que eu posso afirmar, com conhecimento de causa, é que a resolução depende sempre de nós mesmos, mas, para isso, precisamos nos comprometer com esta mudança. E como fazemos isso? Buscando se tornar mais consciente emocionalmente, conhecendo a nós mesmos, ressignificando nossa própria história, saindo da 'primeira camada', aquela camada mais ignorante sob o ponto de vista emocional, despertando emocional e espiritualmente.


A oportunidade existe para todos, mesmo que para uns seja mais fácil, leve menos tempo, e para outros seja mais difícil, e leve mais tempo - é preciso se respeitar a individualidade de cada pessoa. Agora, o que cada um faz com esta oportunidade é uma decisão absolutamente individual, e eu espero aqui ter tocado de alguma forma em você para que você possa dar este 'próximo passo', ou quem sabe incentivar alguém que você ama a fazer isso.


Agora, é com você! Clique aqui!

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