Tudo passa?

Que a vida é cíclica você já está cansada(o) de ouvir por aí. "Tudo passa", "tudo é uma questão de fase", quantas vezes não escutamos frases como essas? E por mais que elas sejam verdadeiras, a verdade é que, geralmente, quando estamos atravessando por alguma 'tempestade' em nossas vidas, nutrimos aquela sensação interna de que a angústia nunca vai passar, não enxergamos muitas vezes uma luz no fim do túnel. É ou não é assim?

Existem vários finais de ciclo em nossas vidas, alguns esperados, como a troca por exemplo da infância para a juventude, ou da juventude para a vida adulta. Outros, no entanto, que ocorrem de forma inesperada, como uma demissão de emprego ou um término de relacionamento.

E eu sei que passar por essas situações inesperadas machuca, fere, agride a alma e o coração. E quando eu digo "eu sei" não é por 'achismo', algo teórico, mas sim por já ter vivido isso na minha própria vida. Entregamos e nos dedicamos de corpo e alma a um emprego, ou somos comprometidos e interessados em construir um bom relacionamento, mas, por um motivo ou por outro (ou até por vários), o ciclo se encerra e a porta se fecha, seja momentânea ou definitivamente.

E é nessas horas que somos tomados em muitos momentos pelos sentimentos negativos, como mágoa, ressentimento, frustração, rancor, raiva, sensação de impotência e incapacidade, medo, culpa por acreditar ter falhado de alguma forma e etc. E é justamente nesses momentos que surge aquela sensação de algo ruim que parece nunca ter fim. Você se identifica com isso? Já viveu algo assim ou semelhante em sua vida?

Eu gostaria muito de ter uma fórmula pronta para que fosse possível dissipar tais sentimentos, substituindo-os pela alegria de outrora, afinal de contas, é isso que todos nós buscamos, não é mesmo? Todos queremos mais prazer e menos dor, este é o princípio básico da própria psicanálise. No entanto, se eu buscasse aqui apresentar um passo a passo ou algum tipo de metodologia para isso, tais como fazem alguns gurus de Internet por aí, estaria sendo um crápula, utilizando-me do sofrimento das pessoas para enriquecer de forma totalmente egoísta e imoral. Cada pessoa é única, particular em sua individualidade, em seu histórico e em suas circunstâncias, logo, existem pessoas que superam mais rápido, outras nem tanto. Cada pessoa possui seu próprio nível de consciência e preparo emocional.

O que eu sei é que sim, apesar de não existir um passo a passo, com um tempo já definido e aplicável de forma única a todas as pessoas, existe um caminho indicado para superar esses eventos negativos, e esse caminho está diretamente ligado, de forma simples, a desejar o sucesso e a felicidade de quem ou do que já não está mais ao seu lado. "Como assim, Ricardo? Enlouqueceu? A pessoa me traiu, ou terminou sem motivo nenhum, e eu vou torcer para que ela encontre alguém e construa um novo relacionamento? Fui demitida(o) de modo totalmente injusto e vou desejar que a empresa ponha alguém no meu lugar e dê mais resultados?". E a resposta para ambas as perguntas é a mesma: SIM! Vou contextualizar o 'sim', para que você compreenda onde precisamos chegar.

Fato é que, você torcendo ou não torcendo, desejando ou não desejando, isso vai acontecer de qualquer jeito. Se você foi traída(o) em um relacionamento, ou se ele acabou por algo que você não considera como um motivo aceitável, por exemplo, independente do que você ache ou deixe de achar, a pessoa que a(o) traiu ou que terminou irá, cedo ou tarde, se relacionar com alguém, seja de forma casual ou séria. Se você foi demitida(o) por alguma razão injusta, independente do que você estiver sentindo, logo a empresa terá outra pessoa no seu lugar. Desejar o contrário é algo que foge totalmente do seu controle, é você vibrando fora de sua própria órbita.

Isso não significa que você esteja sendo conivente com algum tipo de atitude da qual não concorda, muito menos que esteja sendo cúmplice de algo negativo. Quando eu falo que "você precisa desejar o sucesso e a felicidade de quem ou do que já não está mais ao seu lado", não é para você sair fazendo campanha, mas sim no sentido de você dizer, não aos outros, mas a si mesma(o), talvez na frente do espelho: "você(s) é que perdeu(eram). Siga(m) em frente, eu vou ser mais feliz, não como resposta a você(s), mas sim porque eu posso e mereço ser mais feliz".

Dessa forma, ao invés de ficar colocando seu foco e a sua energia em algo que não está sob o seu controle, direcionando sua atenção para quem ou para aquilo que já não está mais ao seu lado, você 'gira a chave' e foca em você, no seu próprio bem-estar, você passa a se acolher mais, mesmo com todas as suas falhas e defeitos. Quando você busca prender algo ou alguém, é você quem se torna um(a) prisioneiro.

"Prisioneira(o) em que sentido, Ricardo?". Você fica prisioneira(o) de todos aqueles sentimentos negativos colocados acima, sofrendo mais do que a própria situação exige. É ao ficar prisioneira(o) que surge aquela sensação de não enxergar uma luz no fim do túnel. O desejo por vingança, ainda que justificado, bloqueia o caminho para outros pensamentos produtivos. Bloqueia o caminho para que você possa cuidar daquilo que realmente mais importa, e está 100% sob o seu controle e sob a sua responsabilidade, VOCÊ! Você deve passar a utilizar a energia proveniente do medo, da culpa, da raiva, do sentimento de incapacidade, de forma totalmente produtiva, e não contra você.

Quer de fato viver uma vida mais equilibrada, dissipando com mais facilidade os sentimentos negativos, encontrando com mais agilidade aquela sensação de euforia e paz de espírito? Cuide de VOCÊ, invista no seu próprio bem-estar emocional, foque naquilo que depende única e tão somente de você, reflita sobre o que você pode (E DEVE) mudar a partir da experiência negativa.

É isso, no fim das contas, que faz com que você se liberte dessa prisão gerada pela angústia. Ficou clara a mensagem?

Se sim, invista no seu bem-estar emocional, cuide do seu "mundo interno", cuide de VOCÊ. Clique aqui e entre em contato para conhecer um pouco melhor meu trabalho.