Planos para 2022!
- Ricardo Lobo

- 14 de dez. de 2021
- 6 min de leitura
Por mais que o tempo seja sempre o mesmo, 24 horas por dia, 365 dias por ano, a sensação que temos - pelo menos a maior parte das pessoas com quem converso fala isso - é de que o tempo está passando cada vez mais rápido. De repente, aqui estamos terminando mais um ano, prestes a encerrar 2021 e abrir as portas para 2022, importante ano de eleições presidenciais, marcante também pela realização da Copa do Mundo, que é sempre um evento de diversidade cultural e aproximação social em todo o planeta.
Como sempre, com o final do ano se aproximando, é natural, ou pelo menos deveria ser, pararmos por um instante para um momento de análise, reflexão e avaliação. O que deu certo? O que deu errado? O que poderia ter sido diferente? São reflexões necessárias, importantes para podermos olhar para dentro de nós mesmos e percebermos o que pode e o que precisa ser modificado. Da mesma forma, após essa avaliação, feita de forma cautelosa e honesta, convém que pensemos no que queremos para o próximo ano, quais são os sonhos, desejos, expectativas e objetivos.
Por mais simples que o que foi dito acima possa parecer, por mais fácil que pareça de ser feito, impressiona, ao mesmo tempo que assusta, a quantidade de pessoas que vive como se estivesse em um modo de piloto automático, sem nem saber exatamente para onde estão indo, preocupadas apenas com o hoje, com o aqui e agora, com o pagamento de suas contas. Pessoas que não se preocupam, "não encontram tempo" (assim mesmo, entre aspas, porque é um desculpa esfarrapada) para refletir sobre a própria vida. Esperam por novos resultados, sonham com novas conquistas, mas não estão dispostas a assumir o compromisso de novos comportamentos.
É claro que precisamos de dinheiro para honrar nossos compromissos e sustentar nosso estilo de vida, mas a vida não precisa ser, e nem deve ser, apenas pagar contas. Você consegue se imaginar entrando em um carro sem saber para onde vai? "Quero ir para a praia", por exemplo, é algo totalmente vago. Existem 2095 praias no Brasil, do Sul ao Norte. Para qual você vai? Quando você vai? Quanto tempo vai permanecer? Sem essa nitidez, não passa de 'promessa eleitoral'.
A vida exige que você tenha um pouco mais de clareza e assertividade, que saiba qual é o seu destino. Que seja uma pessoa que realmente saiba o que quer. Que saiba não apenas o que quer para um ano, mas o que quer para daqui 5, 10, 15, 20 anos. Tudo bem que você diga, ou pense, "eu quero melhorar de vida", "quero ganhar mais", "quero melhorar meu casamento", "quero ter mais tempo livre" e etc. São sonhos válidos. Mas a questão que fica é: como, de que forma, você vai fazer tudo isso? O que você vai precisar para fazer tudo isso? Quais são os comportamentos necessários para conquistar tudo isso? Como diz aquela velha história, não espere por resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas, convivendo sempre com as mesmas pessoas, nos mesmos ambientes e lugares.
Por isso, para mudar, justamente para não fazer sempre as mesmas coisas, você precisa buscar o autoconhecimento, precisa, como falamos no ambiente terapêutico, se conscientizar. É o primeiro passo. Não é apenas uma simples questão de organização, planejamento, de 'colocar no papel'. Quando você tem clareza daquilo que quer, você também sabe de forma precisa e nítida aquilo que não quer. Dessa forma, você sabe ao lado de quem vai estar, sabe quando é necessário se afastar de pessoas que não compartilham dos mesmos ideais, valores e objetivos, assim como compreende aquilo que você precisa mudar e fazer diferente.
Muito mais do que uma questão de organização e planejamento, é um tema de desenvolvimento pessoal, de busca pela maturidade emocional. Por exemplo, se você "quer mais tempo para você", vai ter que aprender a abrir mão e a dizer 'não' para diversos momentos da vida, inclusive, muitas vezes, para familiares e pessoas próximas. Mais importante ainda, vai precisar renunciar à ideia de que as coisas só são bem feitas ou só podem dar certo caso você esteja envolvido(a) ou sendo um membro ativo. Abrir mão desta necessidade de controle, justificada de forma 'bonitinha', mas que, no fundo, não é nada positiva, mas sim até neurótica em muitos casos.
Quem tem filhos, por exemplo, compreende bem o exemplo acima. Para que "se tenha mais tempo livre", é preciso aprender a confiar em uma base de apoio, avós, escola, tios e tias, ou, ainda, a mãe contar com o próprio pai e o pai contar com a própria mãe. Se um ou outro tem a necessidade emocional, o que é um ponto cego, inconsciente muitas vezes, de estar presente em tudo, consequentemente não haverá tempo livre. É assim que funciona, simples, da mesma forma como 1+1=2. Delegar, confiar, significa entender, e aceitar, que ninguém substituirá um pai ou uma mãe, mas as pessoas farão o seu melhor, e é preciso aceitar esse melhor, justamente para que se atinja o objetivo de "tempo livre".
Sem confiança, com a necessidade de estar sempre presente, em um padrão psicodinâmico de controle, não reclame pela "falta de tempo", pois é você mesmo(a) quem se coloca em tal situação, é você quem tem 100% de responsabilidade sobre isso. Existe uma origem para isso, e você busca a partir do processo de autoconhecimento e de ampliação da sua consciência com relação a si.
Saindo do exemplo da maternidade/paternidade, podemos ilustrar uma situação do mundo corporativo. Será que os maiores empresários, do Brasil e do mundo, estão neuróticos com relação aos pequenos detalhes, ou eles sabem confiar nas pessoas e delegar tarefas que não agreguem de forma tão direta e importante aos seus negócios? É claro que sabem confiar (o que não significa que não estejam atentos), fazendo trocas, demissões e substituições quando percebem a necessidade.
O grande problema, para ambos os exemplos, tanto da vida pessoal como da vida profissional, é que se popularizam frases a torto e a direito que potencializam e reforçam que as pessoas não mudem, pois elas entendem, ao ler tais citações, que não há problema em sua forma de agir, porque é "assim para todo mundo". Criam em suas mentes um 'certo' que muitas vezes as faz sofrer silenciosamente, pois não "conseguem fazer mais nada". Querem mudança, mas não querem mudar, reprimindo ainda mais culpa, raiva, tristeza e etc.
"Quando nasce uma mãe, nasce uma culpa". "O olho do dono que engorda o gado". Quantas vezes não ouvimos e lemos frases como essas? Do ponto de vista psicológico, são totalmente falsas. Até mesmo ABSURDAS. A culpa não "nasce" quando nasce uma mãe ou um pai, ela já existe desde antes, muitas vezes de forma inconsciente, e apenas se manifesta com maior intensidade no exercício da maternidade ou da paternidade. Pais e mães que vivem se cobrando com relação aos filhos também se cobram, muitas vezes até mais, com relação a si mesmos. Da mesma forma, ao entender que é preciso estar sempre disponível para o trabalho, pois é "o olho do dono que engorda o gado", qual a consequência? "Falta tempo" para outras áreas importantes da vida, como família, lazer e atividade física. Portanto, por trás de tal citação, existe um padrão, muitas vezes, também, inconsciente, da necessidade da pessoa centralizar o poder e não saber confiar nos outros.
Quando você vai ao Mc Donalds, por exemplo, quem atende você? Não é o dono. É um simples exemplo, banal, que mostra o quão fajuta e falsa é essa afirmação de que "o olho do dono que engorda o gado". E o grande problema, fora as consequências como a dita acima, da falta de tempo para outras questões importantes, é que, mais uma vez, ao se amparar em frases como essas, as pessoas não conseguem se dar conta daquilo que precisam modificar, do que precisam fazer diferente.
Sendo assim, tenha sim, clareza daquilo que quer, saiba exatamente onde quer chegar, mas tenha, também, humildade para modificar aquilo que é necessário e é preciso ser modificado. Se você seguir vivendo no piloto automático, preocupado(a) apenas com o aqui e agora, o sonhos não vão passar de delírios.
Quer construir um 2022 diferente? Aproveite o final deste ciclo de 2021 para começar mudando por dentro, buscando o autoconhecimento. Se você mudar por dentro, e fizer o esforço necessário, de forma comprometida, entendendo que é um processo, pode ser que os resultados por fora mudem. Se você ficar no modo automático, não espere por nada diferente, e assuma que a responsabilidade por isso é sua. A escolha, como sempre, está em suas mãos.
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