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Nunca dê comida para o monstro que habita em você!

Uma das situações que mais se atende na clínica é a de pacientes que estão com algum tipo de angústia em suas vidas. Sabe aquele popular e famoso, como se diz por aí entre amigos nas rodas de conversas informais, "aperto no peito", ocasionado por alguma situação de vida e que é capaz de gerar tristeza, ansiedade, preocupação, desânimo, irritabilidade, insegurança e etc.? Sem nenhuma dúvida, são estes "apertos no peito", inclusive, que fazem muitas pessoas buscar pela terapia.


Você vive, no presente, ou viveu algo, no passado, que a(o) deixa(ou) com algum destes sintomas? Algo que a(o) faz sentir-se irritada(o), ansiosa(o), triste, preocupada(o), com vontade de chorar e etc. Se sim, este breve texto é para você.


De forma resumida, a angústia em nossas vidas, ou melhor, o alívio dela, diz muito respeito a buscarmos ter a consciência e a maturidade necessárias para entender aquilo que está de fato ao nosso alcance e sobre o nosso exclusivo controle, e, tão importante quanto isto, abrirmos mão e pararmos de criar expectativas e esperanças por aquilo que não depende de nós. Algo que, por mais que possa parecer simples na teoria, é super difícil na prática, na vida real.


Em muitos momentos, as situações simplesmente acontecem, sejam elas favoráveis ou desfavoráveis, e não temos como impedi-las ou evitá-las, pois não dependem apenas da nossa vontade e de nossas ações. Quer exemplos? Uma demissão de emprego por alguma questão política ou de interesse familiar, alguém que teve uma atitude grosseira com você, um amigo ou amiga que fez algum tipo de fofoca a seu respeito, um término de relacionamento, uma gravidez não planejada, a desistência de última hora de algum cliente que você dava o negócio como certo, você se atrasando para o trabalho porque teve um acidente a caminho...Enfim, como você pode ver, não é preciso muito esforço para lembrar de várias situações, e nenhuma delas você tem o controle absoluto ou consegue evitar, elas simplesmente acontecem, mesmo contra a sua vontade e o seu desejo, pelas mais variadas razões.


É preciso, em todos os casos, e aí você precisa pensar agora sobre o que está vivendo, ou quem sabe já viveu, se questionar: o que eu posso fazer diante dos desafios e adversidades que a vida está me impondo, por mais dura e triste que seja a situação? O que está de fato ao meu alcance, que depende única e exclusivamente de mim?


O grande problema, tentando aqui uma espécie de explicação coletiva e que sirva para a maior parte dos leitores e leitoras, é a combinação de dois fatores: quando as pessoas não aceitam a realidade, por a considerarem difícil, cruel ou injusta, e ao mesmo tempo apresentam o que clinicamente chamamos de resistência à mudança, ficando fixas em sua própria rigidez interior, não buscando refletir para o que é necessário modificar em seus comportamentos e em suas atitudes, e até mesmo (por que não?!), em sua forma de enxergar e pensar o mundo.


No que tange a resistência, que é um mecanismo de defesa, em muitos momentos inconsciente, somos todos movidos pelo princípio do prazer, por isso é tão difícil mudar. Independente de sua faixa etária, você tem hábitos, pensamentos e atitudes que a(o) acompanham pela vida toda, e que, de alguma forma, trazem algum tipo de recompensa. Abandoná-los, substituí-los, correndo o risco de perder esse prazer, por mais que posteriormente o prazer possa ser ainda maior ao mudar e incorporar um novo hábito ou pensamento, é o que explica a dificuldade e a resistência das pessoas em mudar.


Quando falamos para alguém "você precisa aceitar a sua realidade, deve parar de reclamar", isso não significa, de forma alguma, que essa pessoa deva se acomodar ou simplesmente agradecer e ter gratidão por algo que é negativo e a causa angústia e sofrimento, deixando-a irritada, ansiosa e preocupada, como se a vida fosse sempre uma dádiva perfeita e irretocável e não tivesse suas dificuldades. Significa, em um sentido mais amplo, e não reducionista, que reclamar talvez - com certeza na verdade - não adiante, mas mudar com certeza adiante. Mais uma vez, a reflexão necessária: "o que depende de mim, exclusivamente de mim, e eu posso fazer para modificar tal situação e/ou amenizar minha angústia?".


Quando não é possível modificar determinada situação por completo, somos nós que, de alguma forma, precisamos e somos impelidos a mudar. Seja fazendo algo que não fizemos até então, seja modificando algum tipo de crença ou pensamento, alterando os círculos sociais, se afastando de determinados ambientes e pessoas. Se ficamos rígidos, querendo que, mesmo sem nenhum tipo de mudança, as coisas mudem, quase que por 'decreto', e a angústia diminua, a verdade é que ela só irá aumentar. É a combinação daqueles dois fatores colocados anteriormente.


Sendo assim, você não pode, ou não deveria, sob hipótese alguma, alimentar o monstro da angústia que habita em você. Você alimenta esse monstro toda vez que gasta seu tempo e a sua energia com qualquer questão que fuja do seu controle imediato, imaginando que as coisas deveriam ser diferentes simplesmente "porque seriam melhores e mais justas", ou "por uma questão de bom senso", quando na realidade o mundo não está nem aí para o que você considera "bom senso" ou "justiça" (e é claro que você precisa entender o contexto em que foi dita esta frase).


Esqueça aquilo que está fora do seu alcance imediato, gerencie melhor as suas expectativas, não fique esperando dos outros, e conscientize-se buscando fazer aquilo que realmente está sob o seu total controle. É isso que, no fim das contas, garante uma vida com mais equilíbrio e aquela sensação de paz de espírito, com menos angústia e sofrimento, algo que talvez hoje seja distante da sua realidade, mas que é plenamente possível.


A má notícia, talvez, é que os "apertos no peito" fazem parte da vida e são inevitáveis, pois situações desagradáveis simplesmente acontecem. A boa notícia, no entanto, é que você pode escolher como irá encará-los, e isso depende apenas de você, mesmo que não seja um caminho fácil em diversos momentos.


Se você se identificou com este texto, e quer ingressar e investir seu tempo e sua energia em um processo de terapia, para realmente buscar o autoconhecimento e mudar a si naquilo que é necessário para viver uma vida com menos angústia, preocupação, ansiedade e sofrimento, clique aqui e veja como posso ajudar você!

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