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Assuma sua responsabilidade e pare de culpar seus pais!

Se eu perguntasse a você agora qual a maior alegria/satisfação que podemos ter na vida, qual seria a sua resposta? Talvez a sua resposta não seja a mesma de outra pessoa, que por outro lado não vai ser a mesma de uma terceira pessoa, e assim por diante. É o natural, as diferenças, o fato de cada um enxergar e pensar o mundo de uma forma única e individual!


Algumas pessoas dirão que a maior alegria é ter uma família estruturada, outras dirão que é ter um emprego, outras quem sabe falarão que é ter o alimento, outras uma boa condição financeira, que as façam não passar por necessidades...enfim, exemplos não faltam, mesmo que você não tenha imaginado nenhum desses.


Porém, o que é universal e concreto é que talvez nenhuma das alegrias que você inicialmente tenha pensado seria possível sem a vida em si. Estar vivo, tendo a oportunidade de existir, correr atrás de suas metas, de seus sonhos e objetivos, essa é sem dúvida a maior satisfação que um ser humano pode ter.


Pare para pensar comigo: você já perdeu alguém próximo? Um pai, uma mãe, um filho, um parente, um amigo? Se fosse possível, se existisse a possibilidade dessa pessoa retornar ao mundo físico agora, com saúde, disposição e energia, você não faria de tudo por isso?


A maior benção que podemos ter na vida, sem nenhuma sombra de dúvida, e isso vale para todo mundo, independente de qualquer orientação ou escolha, é o fato de estarmos vivos. Levantar todas as manhãs e perceber que os dois pés estão acima do chão. O resto, mesmo que tenha a sua importância, só é possível nesses termos e condições.


E, a partir disso, cabe recordar que a nossa vida não existiria hoje se no passado não houvesse a união de duas pessoas, nossos pais.


Observo cada vez mais, não apenas na clínica, mas na vida como um todo, no cotidiano, pessoas adultas buscando justificar seus comportamentos e atitudes por conta da forma como foram criadas. São discursos como "sou assim porque minha mãe era muito controladora", ou, "sou assado porque meu pai foi ausente emocionalmente".


Só que você já deve ter ouvido aquela frase famosa, talvez não nesse contexto, mas em algum outro, "explica, mas não justifica!". Já ouviu? É claro que a forma como fomos criados influenciou na pessoa que somos hoje, no nosso modo de pensar e agir. As pessoas, os ambientes, as experiências, tudo. É inclusive importante dentro de uma terapia conhecer esse histórico para ajudar a pessoa a trabalhar seu autoconhecimento e evoluir dentro de seu próprio desenvolvimento psíquico, humano e emocional.


Mas a medida que o tempo passa, a medida que a vida se desenvolve e os anos avançam, cabe a pessoa de fato se tornar um adulto, saindo do papel de vítima, parando de culpar os seus pais, assumindo verdadeiramente a responsabilidade e o protagonismo perante a própria vida.


Talvez as coisas não tenham sido da forma como você gostaria, mas, afinal de contas, o que na vida é 100% como gostaríamos que fosse? Seus pais, mesmo com falhas, entre erros e acertos, fizeram o melhor que podiam e conseguiam naquelas circunstâncias.


Quando ficamos presos em uma idealização, em um desejo irreal, como, por exemplo, uma vontade que nossos pais sejam e se comportem de uma forma diferente, em uma vontade muitas vezes de mudar o passado, reescrevendo uma história que já não existe mais, criamos uma rigidez interna muito grande, tendo, por consequência, dificuldade em lidar com as contrariedades e surpresas da vida.


Fato é que aquelas pessoas que vivem culpando seus pais e se esquivando da própria responsabilidade são muitas vezes as pessoas que têm dificuldades em entender que existe uma distância quase infinita entre a vida idealizada e a vida real, sob todos os campos e aspectos. E, sem essa flexibilização, extremamente necessária para lidar com as adversidades, é como se entrássemos em um beco sem saída para a angústia, a ansiedade e o sofrimento. Algo que parece nunca ter fim, aquela coisa de a felicidade estar sempre um passo adiante, mas, ao mesmo tempo, inalcançável.


Afora a questão de que colocando a culpa fora, e se mostrando, portanto, como vítima, se ganha atenção, algo que atualmente a nossa sociedade mostra-se carente e busca meios a todo instante para ser vista e notada. Há de se lembrar, também, que sempre que se coloca a culpa fora, a pessoa se isenta de assumir a própria responsabilidade e olhar para dentro.


Independente do que tiver acontecido em sua vida, mesmo que as coisas não tenham sido da forma como você gostaria, não culpe seus pais. Use isso, sua própria história, inclusive, como combustível para que, através de suas experiências, você possa ressignificar, aprender e assumir a responsabilidade para se tornar de fato a pessoa que deseja ser.


E lembre-se, se não fossem os seus pais, tanto seu pai quanto sua mãe, mesmo com as suas imperfeições, você não estaria no mundo! Grave isso e agradeça seus pais!

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